Divulgação
Antonio Saraiva mora na Gávea, "mas sou nascido, criado e crescido em Copacabana. Digo que antes de ser brasileiro ou carioca, sou de mesmo é de Copa. Aquilo lá é eternamente demais!"
O multiinstrumentista, cantor, arranjador e compositor conhece tão bem Curitiba e tem tantos amigos por aqui que sente-se completamente à vontade pra falar do lugar! Então, vamos lá!
"A primeira vez que pisei aqui, na verdade, foi a terceira! Explico: a primeira vez que estive em Curitiba foi em 88 numa escala de avião (estava viajando pelo projeto Pixinguinha) e o próximo vôo só sairia seis horas depois. Um roadie então disse que conhecia um lugar pitoresco na cidade. Saímos do aeroporto e fomos parar no Stuart na praça Osório. Passamos a tarde lá e voltamos alegres para o aeroporto. A segunda vez saí do Rio com um sol escaldante e chegamos numa geladeira siberiana em Curitiba. Fui para o hotel (estava sem roupas de frio) e só saí para o show (num lugar chamado Dakar) e de lá de volta pro hotel. Estava tocando com o João Penca & Seus Miquinhos Amestrados e usávamos um figurino mínimo, quer dizer o frio estava tremendo. Nesse show estava também o BAAF, mas não vi nem falei com ninguém, estava ocupado com o frio. Em 92, finalmente, estive de novo com os Miquinhos para um show no Aeroanta e encontrei com um amigo de São Paulo, Fernando Figueiredo, que estava produzindo um disco do BAAF e me convidou para ir ao estúdio. Apareci por lá e acabei tocando em várias faixas do disco. Aí foi a primeira vez mesmo que pisei firme em Curitiba. Daí pra frente, uma sucessão de convites me trouxe muitas vezes à cidade".
Foto: Luiz Ferreira
No estúdio Solo, em 1994
"Primeiro conheci pessoal do Beijo AA Forca, eles me apresentaram também a outros artistas, músicos e poetas de quem me tornei também amigo e parceiro. Os trabalhos que fiz com o BAAF/Maxixe Machine, devido à influência do grupo no meio musical local, me fizeram ser conhecido em Curitiba, o que me possibilitou diversos outros trabalhos com músicos curitibanos".
"O Stuart, claro, pra mim, é que nem a igreja do Bomfim. Quando chego em Curitiba, vou lá e tomo a benção. Converso com o garçom Alemão, o bicheiro pergunta se eu quero jogar, os velhos estão lá jogando conversa fora... Gosto do centro mais antigo, vou sempre num sebo da Emiliano Perneta, ando na XV vazia de noite. Vou lá ver a velhinha do Túnel do Rock. Ia nuns buracos felinescos noite adentro. Acho que minha fantasia viaja numa Curitiba Trevisan. A modernice acho jeca. Pelo lado solar, da última vez que estive aí conheci um parque que nunca tinha ido: Passaúna. Imenso e vazio. O dia estava lindo e o lugar é incrível".
No Bosque do Papa
"Gosto dos amigos que tenho e sempre me recebem bem, com respeito, afeto, reconhecimento e generosidade. Não gosto da rigidez conservadora e preconceituosa que já pude presenciar. Isso está em todo lado, mas quando você ouve coisas negativas com sotaque, fica mais violenta a percepção".
"Minha percepção da cidade já me levou a dizer uma vez que: 'Curitiba é uma pequena cidade grande e uma grande cidade pequena'. Isso foi há muitos anos, mas talvez ainda seja assim para mim. Nisso reside o que há de melhor e pior em Curitiba, no meu entender. A cidade entre o deslumbramento e o temor vai construindo suas histórias e sua história na história do país".
"Com mais idade o futuro fica bem mais próximo, já que o tempo é mais curto. Meu trabalho, devido às suas características e às características do país e sua estrutura de circulação de cultura, sempre caminhou por possibilidades mais restritas, das quais não me queixo pois são mais libertas. O que estou fazendo agora atende a demandas menos heróicas ( em termos de orçamento e produção) e mais possíveis: estou realizando desde 2007 um concerto solo (ao piano, voz, violão & sax) que eventualmente conta com participações especiais nos lugares em que me apresento.
Encomendas para teatro, cinema e canções seguem essa agenda de shows e são também parte de meu projeto artístico de compositor".
Mais detalhes da vida e obra do artista, você encontra aqui:
http://www.antoniosaraiva.com.br
O multiinstrumentista, cantor, arranjador e compositor conhece tão bem Curitiba e tem tantos amigos por aqui que sente-se completamente à vontade pra falar do lugar! Então, vamos lá!
"A primeira vez que pisei aqui, na verdade, foi a terceira! Explico: a primeira vez que estive em Curitiba foi em 88 numa escala de avião (estava viajando pelo projeto Pixinguinha) e o próximo vôo só sairia seis horas depois. Um roadie então disse que conhecia um lugar pitoresco na cidade. Saímos do aeroporto e fomos parar no Stuart na praça Osório. Passamos a tarde lá e voltamos alegres para o aeroporto. A segunda vez saí do Rio com um sol escaldante e chegamos numa geladeira siberiana em Curitiba. Fui para o hotel (estava sem roupas de frio) e só saí para o show (num lugar chamado Dakar) e de lá de volta pro hotel. Estava tocando com o João Penca & Seus Miquinhos Amestrados e usávamos um figurino mínimo, quer dizer o frio estava tremendo. Nesse show estava também o BAAF, mas não vi nem falei com ninguém, estava ocupado com o frio. Em 92, finalmente, estive de novo com os Miquinhos para um show no Aeroanta e encontrei com um amigo de São Paulo, Fernando Figueiredo, que estava produzindo um disco do BAAF e me convidou para ir ao estúdio. Apareci por lá e acabei tocando em várias faixas do disco. Aí foi a primeira vez mesmo que pisei firme em Curitiba. Daí pra frente, uma sucessão de convites me trouxe muitas vezes à cidade".
No estúdio Solo, em 1994
"Primeiro conheci pessoal do Beijo AA Forca, eles me apresentaram também a outros artistas, músicos e poetas de quem me tornei também amigo e parceiro. Os trabalhos que fiz com o BAAF/Maxixe Machine, devido à influência do grupo no meio musical local, me fizeram ser conhecido em Curitiba, o que me possibilitou diversos outros trabalhos com músicos curitibanos".
"O Stuart, claro, pra mim, é que nem a igreja do Bomfim. Quando chego em Curitiba, vou lá e tomo a benção. Converso com o garçom Alemão, o bicheiro pergunta se eu quero jogar, os velhos estão lá jogando conversa fora... Gosto do centro mais antigo, vou sempre num sebo da Emiliano Perneta, ando na XV vazia de noite. Vou lá ver a velhinha do Túnel do Rock. Ia nuns buracos felinescos noite adentro. Acho que minha fantasia viaja numa Curitiba Trevisan. A modernice acho jeca. Pelo lado solar, da última vez que estive aí conheci um parque que nunca tinha ido: Passaúna. Imenso e vazio. O dia estava lindo e o lugar é incrível".
No Bosque do Papa"Minha percepção da cidade já me levou a dizer uma vez que: 'Curitiba é uma pequena cidade grande e uma grande cidade pequena'. Isso foi há muitos anos, mas talvez ainda seja assim para mim. Nisso reside o que há de melhor e pior em Curitiba, no meu entender. A cidade entre o deslumbramento e o temor vai construindo suas histórias e sua história na história do país".
"Com mais idade o futuro fica bem mais próximo, já que o tempo é mais curto. Meu trabalho, devido às suas características e às características do país e sua estrutura de circulação de cultura, sempre caminhou por possibilidades mais restritas, das quais não me queixo pois são mais libertas. O que estou fazendo agora atende a demandas menos heróicas ( em termos de orçamento e produção) e mais possíveis: estou realizando desde 2007 um concerto solo (ao piano, voz, violão & sax) que eventualmente conta com participações especiais nos lugares em que me apresento.
Encomendas para teatro, cinema e canções seguem essa agenda de shows e são também parte de meu projeto artístico de compositor".
Mais detalhes da vida e obra do artista, você encontra aqui:
http://www.antoniosaraiva.com.br
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