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segunda-feira, 16 de abril de 2012

O BAIXO SÃO FRANCISCO (V)
Por: Paulo Dalla Stella.

Mas afinal, o que significa exatamente ser “alternativo”? E o que faz com que uma determinada região da cidade seja considerada “alternativa”, boêmia, “underground”, e por aí vai? Seria uma opção “à que?”, este movimento de efervescência cultural e de entretenimento que agora ocorre na região do São Francisco? E que parte da sociedade julga o que é popular e o que possa ser “alternativo” a isso? Com certeza, uma pessoa que age e pensa, se veste e vive diferente da maioria não se considera uma “opção” à nada e aquele sujeito ligado à cultura popular,  nomearia um conceito de “alternativo” como algo no mínimo “estranho” aos seus sentidos. Sem querer gerar questionamentos filosóficos, polêmicos  e desnecessários, quando se olha para o BAIXO SÃO FRANCISCO, se tem a nítida sensação de que se trata de algo de fato “diferente” e de ser uma “opção” em conta e conveniente de entretenimento cultural. Em nossas entrevistas desta edição, os dois proprietários de estabelecimentos que nos deram depoimentos, agem de maneira pouco “usual” para manterem seus negócios e suas propostas já aparecem no próprio Nome: O Lado B Bar e o Empada com Birita. O Lado B, obviamente se refere ao lado “alternativo” de um LP e o Empada com Birita trata em seu nome, de uma referência a uma música “Lado B” do Cazuza (Olha ele de novo aí – veja “O Baixo São Francisco, parte I”).
LADO B BUM BAR – Rua Inácio Lustosa 517, São Francisco
Fabrício Babbur Romero, proprietário do Lado B, se sente um felizardo por trabalhar e ganhar a vida com aquilo que gosta de fazer. Apesar de ter dado sangue como bioquímico na indústria farmacêutica por mais de 22 anos, “Babbur” como é conhecido pela galera que frequenta seu super agradável e descolado estabelecimento, diz que a cultura pop agora está em sua alma também. Frequentador do antigo e mega importante Linus Bar, um dos maiores propagadores do rock autoral curitibano, Babbur quis, por meio de seu Lado B, criar um ambiente parecido com o de uma “churrascada” com amigos em final de semana, com a exceção de que um bar “dá muito mais trabalho”. Trabalho árduo este que é aliviado por meio das parcerias que faz com os artistas que se apresentam em sua casa que envolve participação na venda da cerveja. Cerveja ótima esta cuja fabricação fica por conta do conhecido Vlad, amigo e influente personagem do meio underground curitibano.
Fabrício e sua esposa e sócia Regina Walger acreditam que embora esta área da cidade esteja em pleno crescimento, deveria haver maior consciência entre os donos de estabelecimentos no sentido de programar seus eventos com maior diversidade e em dias onde não houvesse conflito com outros bares. “No dia em que tocar rockabilly em meu bar, o bar do lado deveria tocar outra coisa, como Indie, por exemplo, para criar uma situação vantajosa a todos. Quer vantagem maior do que ter um Lado B como opção “Classe A” de entretenimento?

EMPADA COM BIRITA – Rua João Manoel, 315, Esq. Com Carlos Cavalcanti, São Francisco
Pois é, quando se é bom, influencia-se meio mundo, né. O Baixo São Francisco pode não ser “meio Mundo”, é só um pedacinho pequeno em tamanho e enorme em atitude, mas que carrega a influência de tempos boêmios do Baixo Leblon, no Rio, onde Cazuza aprontava das suas e espalhava alegria. O Empada com Birita, dos proprietários Dirlei dos Santos e Sindy Ribeiro, leva esta alegria até no nome: Além de ser uma canção lado B do saudoso vocalista do Barão Vermelho, é hoje um dos pontos de encontro mais conhecidos da noite “underground” Curitibana. Fica ao lado de casas de shows conhecidas na área e serve, adivinha o que? Isso mesmo! Empadas (E que empada!) e Birita! Claro. Muita cerveja sempre gelada a qualquer hora, pois não tem tempo certo pra matar aquela fome de madrugada depois da balada ou para aquela famosa saideira antes de ir pra casa a qualquer noite da semana, com exceção de segunda feira. O “Empada” com decoração marcada por grafites nas paredes, também adota a temática Rock´n´Roll e seu ambiente caseiro com a opção de se ficar do lado de fora tomando cerveja com a galera, tem se tornado conhecido como o “ponto da birita” até o Dirlei, coitado, já foi apelidado de “Birita”. Os donos já se conhecem de algum tempo. Trabalharam juntos no antigo Porão Rock Club. Sindy como sócia daquele estabelecimento e Dirlei como seu fiel escudeiro no estacionamento da casa. Hoje sócios, são sem dúvida, uma das duplas mais dinâmicas da boemia Curitibana. Quando se é bom, frequenta-se o melhor: Empada com Birita.
Semana que vem: O Baixo São Francisco VI.

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