Conheci Biondo em um dia bem diferente, e foi assim, Cassiano Pires (Easy Players) me chama para tocar baixo em uma banda e, quem seria o baterista? Biondo. Nós já havíamos confrontado algumas ideais virtualmente, e sempre bem legais suas conversas, Biondo mostra seus ideais em tudo, visceralmente. Assim eu percebi uma pessoa inteligente e esclarecida, uma mente sadia. Neste dia foi o primeiro encontro cara a cara, na reunião para definir o sentido que a banda teria e pronto. Logo de cara saíram duas músicas e até ideias para clip. Produtivos e insanos, os três na sala de estar de Cassiano. Enfim, fora ideias de fazer bandas, surgiu assim uma amizade. Acredito que Biondo é um exemplo de artista que pensa arte pela arte. De clipes para Ultraje a Rigor a pinturas expressionistas, este é o irreverente Biondo que todos gostam logo de cara.
Quais as bandas que você fez clipe?
Fiz Relespública, Uh La La! e Easy Players daqui. Fiz Ultraje a Rigor e Branco ou Tinto de fora.
Fiz Relespública, Uh La La! e Easy Players daqui. Fiz Ultraje a Rigor e Branco ou Tinto de fora.
Soube que a maioria você não cobrou, por quê?
Na verdade não cobrei nenhum. Minha empresa, o Hand Job Studio, onde posso exercer toda a minha bipolaridade, atua de maneira anárquica. Apesar de eu ter feito muitos trabalhos importantes existe ainda certo receio de eu parecer mais um picareta por aí. Geralmente quando eu encaro um projeto eu não sei se ele pode ser feito, eu tenho uma teoria na cabeça e procuro executá-la. Eu sou auto-didata, meu trabalho não tem processo algum, é no calor do momento, raramente o resultado final é próximo da premissa. Acho que a dificuldade em mensurar valor me levou a não cobrar.
Quando é convidado para fazer o clipe das bandas, qual sua preocupação estética?
Eu tenho uma preocupação de a banda enteder que não seremos parceiros. De que é uma visão minha da banda. Se não gostar, engavetamos, se gostarem a gente toca o barco juntos. Eu tenho uma parcela de ilustrador e artista plástico muito maior que de cineasta ou videomaker, e não gosto muito de adotar referências, que faz muito parte da cartilha do trabalho com vídeo. Tenho um gosto meio cínico, as vezes o vídeo que não funciona é muito melhor do que o que funciona. Ser literal à música é muito monótono, mostrar a banda tocando me cheira a covardia, e pode ser uma coisa narcisista da banda. Quem curtir um pouco de história do rock´n roll procure a relação de Salvador Dali e Alice Cooper. A minha grande preocupação é mostrar a face mais podre sobre qualquer conto de fadas. Não de um jeito Rock´n Roll Hero, onde se coloca uma menina parecendo uma barbie com a maquiagem borrada, isso é coisa da Pitti. Eu só falo bobagem da hora que acordo até a hora que durmo, eu tenho essa facilidade em desmistificar sonhos.
Eu tenho uma preocupação de a banda enteder que não seremos parceiros. De que é uma visão minha da banda. Se não gostar, engavetamos, se gostarem a gente toca o barco juntos. Eu tenho uma parcela de ilustrador e artista plástico muito maior que de cineasta ou videomaker, e não gosto muito de adotar referências, que faz muito parte da cartilha do trabalho com vídeo. Tenho um gosto meio cínico, as vezes o vídeo que não funciona é muito melhor do que o que funciona. Ser literal à música é muito monótono, mostrar a banda tocando me cheira a covardia, e pode ser uma coisa narcisista da banda. Quem curtir um pouco de história do rock´n roll procure a relação de Salvador Dali e Alice Cooper. A minha grande preocupação é mostrar a face mais podre sobre qualquer conto de fadas. Não de um jeito Rock´n Roll Hero, onde se coloca uma menina parecendo uma barbie com a maquiagem borrada, isso é coisa da Pitti. Eu só falo bobagem da hora que acordo até a hora que durmo, eu tenho essa facilidade em desmistificar sonhos.
Se alguém de uma vertente artística que você não concorda te convidar para trabalhar uma arte ou um vídeo, qual seu espírito de enfrentar isso?
Eu não aceito. Sempre gosto de ter certeza que não gosto, investigo, mas não vai. Eu sou roqueiro de vila mesmo, AC/DC, KISS, Iron Maiden, Queen, Ultraje, Casa das Máquinas, essas coisas. Quando a banda tem uma estética ou uma ideologia eu pulo fora. Eu ouço muita MPB, por exemplo, desde criança. Não é preconceito quanto ao estilo, mas quanto à postura. Não existe mais um malandro vivo, acho um porre o samba com malícia de conquistador barato. Para mim tudo que é concreto tem uma fundação. Acredito eu que música feita em cima de música, de vertente ou estética é bochechar o cuspe alheio pra cuspir de volta.
Eu não aceito. Sempre gosto de ter certeza que não gosto, investigo, mas não vai. Eu sou roqueiro de vila mesmo, AC/DC, KISS, Iron Maiden, Queen, Ultraje, Casa das Máquinas, essas coisas. Quando a banda tem uma estética ou uma ideologia eu pulo fora. Eu ouço muita MPB, por exemplo, desde criança. Não é preconceito quanto ao estilo, mas quanto à postura. Não existe mais um malandro vivo, acho um porre o samba com malícia de conquistador barato. Para mim tudo que é concreto tem uma fundação. Acredito eu que música feita em cima de música, de vertente ou estética é bochechar o cuspe alheio pra cuspir de volta.
E como músico, o que você está achando da cena atualmente?
Nunca cheguei a ser músico, arranhei uma batera já, mas bem mediocremente. A cena parece estar fervilhando, mas não me atrai muito. Gosto muito do Pão de Hamburguer, ouvi o disco do Macedônia e gostei muito. Acho que o grande motivo de eu ter gostado dessas duas é por que tem essa cara mais humana, menos maquiada. Tem o Cásimu de SJP que é bem legal também.
Nunca cheguei a ser músico, arranhei uma batera já, mas bem mediocremente. A cena parece estar fervilhando, mas não me atrai muito. Gosto muito do Pão de Hamburguer, ouvi o disco do Macedônia e gostei muito. Acho que o grande motivo de eu ter gostado dessas duas é por que tem essa cara mais humana, menos maquiada. Tem o Cásimu de SJP que é bem legal também.
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