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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O BAIXO SÃO FRANCISCO (IV)
Paulo Dalla Stella

Todos concordam que a região do Baixo São Francisco, conforme comentada nas edições anteriores, sempre representou a cena “underground”, artística e alternativa, boêmia da cidade, que oferecia um “algo a mais” em termos de bares e casas de shows com uma proposta “fora do comum”, mas que “nunca antes na história desta cidade” esteve assim, tão intensa. Novos espaços abrem a cada mês, mais e mais pessoas escolhem o “Baixo” como primeira opção de entretenimento e desta forma, de verdade, todos têm a ganhar. Para melhor ilustrar isso, entrevistamos dois empresários da noite alternativa Curitibana para nos apresentar suas opiniões sobre o que rola hoje nesta área e porque acreditam que ficará ainda melhor em muito pouco tempo.

Juliano Volpato – CHINASKY BAR (Rua Inácio Lustosa, 530)

O “Baixo Chico, como carinhosamente o Juliano Volpato, proprietário do Chinasky Bar, chama esta área onde investe em seu negócio de sucesso há oito anos, tem se revelado, segundo ele, digno de fama de um dos espaços alternativos e boêmios metropolitanos mais interessantes do país. Juliano acha bastante positiva esta aglomeração de espaços ditos “alternativos” em áreas boêmias como esta e concorda com a teoria de que a prefeitura deveria olhar mais para o potencial de entretenimento que esta região hoje representa. Embora cada bar e cada espaço do “Baixo Chico” sejam de uma temática diferente, eles poderiam se unir no que poderia ser um “evento casado” onde a rua seria fechada durante um período e as diferentes atrações dos bares seriam “compartilhadas” por todos...
Juliano, cujo bar Chinasky, de temática anos 80, pós-punk e da cena rockabilly, com excelente variedade de lanches e bebidas, traça também uma interessante comparação entre esta área do Baixo São Francisco com outras, como a do Batel, por exemplo. “No Batel, como investimentos são maiores, bares e casas de show, tendem, com exceções naturalmente, a abrir e fechar mais rapidamente quando a “novidade” acaba. Aqui, isso não funciona bem assim”. Segundo Volpato, a relação de clientes com a região é de ideologia e ligação direta com a paixão pelo artístico e cultural. Que assim sempre o seja!

Alberto Goes – DON CORLEONE BAR (Rua Paula Gomes, 296)

“Pelos meus cálculos, em três anos, mais ou menos, quebraremos o Batel, em termos de público. Basta ver como, em tão pouco tempo, o “BSF” deixou de ser uma área decadente para se tornar polo de entretenimento alternativo”.  Alberto Goes fez este bem humorado comentário de dentro de seu bem decorado bar com temática de filmes. Como o nome bem diz, faz referência à trilogia Poderoso Chefão.  Assim como poderoso é também o potencial desta região que vem conquistando o público por suas opções “alternativas” e por sua “cerveja mais barata” acrescenta Alberto. O Don Corleone mudou para a região do Baixo São Francisco a cerca de quatro meses apenas. Antes era situado em outro bairro. Por questões pessoais, Alberto se identifica com uma proposta de público em local mais boêmio e alternativo e, além disso, acredita piamente em um crescimento rápido desta região a se julgar pelas rápidas mudanças de movimento ocorridas no último ano. Interessantemente, Alberto comenta que hoje acontece de pessoas que antes frequentavam outras regiões estarem migrando para cá em busca de entretenimento diferenciado e declara: “O processo é inverso, é muito comum ver-se hoje em dia os “mauricinhos” tentando se misturar com a galerinha mais alternativa e descolada”. Pois é. Sinal dos tempos e inegável tendência comportamental sendo comentada por pessoas que não só frequentam, mas que tem esta região como seu ganha pão.

Em breve...  BAIXO SÃO FRANCISCO (V)...  Aguardem.

Foto: Bar Don Corleone.

Um comentário:

  1. de fato o bfs em termos de atração de público já está consolidado. faço votos de que a auto-organização entre os emprendores e indutores da região façam a opção pela qualidade das ações tanto no que refere-se ao entretenimento que proporcionam, bem como visando fomentar a longo prazo uma cultura que se aproprie da dinâmica do lugar, afim de haja um ambiente fértil para o hoje se denomia de economia criativa. pawol.oliwka@gmail.com

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